Beco Espírito Santo, n.º 8, Lisboa

Os trabalhos arqueológicos enquadrados no projeto de reabilitação de um edifício sito no Beco Espírito Santo, n.º 8, em Lisboa, decorreram entre os dias 3 e 7 de Novembro de 2014. Atualmente o espaço é definido por dois edifícios, um com entrada pelo Beco do Espírito Santo n.º 8 e outro com entrada pela Rua dos Remédios n.º 1 a 3, tendo sido prevista a construção de um único edifício com entrada apenas pela Rua dos Remédios n.º 1 a 3.

O projeto previa a realização de obras na fração do Beco do Espírito Santo e na Rua dos Remédios, 1 a 3, sendo que o diagnóstico arqueológico teve incidência no primeiro imóvel (sondagem de 2,5m x 2,5m), considerando que a fração da Rua dos Remédios, segundo informações orais, teria sido objeto de escavação arqueológica integral por uma equipa do Museu da Cidade. Assim, e de forma a confirmar a presença do substrato geológico naquela área, preconizou-se a realização no local de uma sondagem (de 1m x 1m), tendo-se confirmado a existência de trabalhos arqueológicos anteriores que, no entanto, se circunscreveram a uma área limitada, junto à parede lateral Este do edifício.

Na primeira sondagem foi possível identificar um conjunto de estruturas e depósitos associados às ocupações contemporâneas e modernas da área, nomeadamente: pavimentos em ladrilhos da última ocupação do espaço em época contemporânea e respetivas estruturas de saneamento; um pavimento em tijoleira de idade moderna; e uma sequência de depósitos associados a processos de descarte e aterro contendo uma cultura material complexa e com reduzido grau de fragmentariedade (denotando contexto de descarte primário). Todas estas realidades encostavam em dois muros de alvenaria de cronologia ainda indefinida, mas datáveis no mínimo do século XVI.

Na segunda sondagem os trabalhos caracterizaram-se pela remoção de depósitos contemporâneos, formados pelo aterro e nivelamento da área para possibilitar o seu uso como estaleiro de obra. Sob estes contextos identificou-se um nível de pavimentação em brita, em parte já afetado por uma intervenção arqueológica prévia (Museu da Cidade). O pavimento em questão cobria um conjunto de depósitos e estruturas de idade moderna, dos quais se destaca um piso de circulação em lajes de pedra.

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