Programa Polis do Litoral Sudoeste, Praia do Malhão, Odemira
Os trabalhos arqueológicos de prospeção realizados na Praia do Malhão, no âmbito do empreendimento Polis do Litoral Sudoeste, nas áreas a afetar pelas empreitadas de valorização e qualificação de espaços balneares e de reposição das condições de ambiente natural, decorreram entre os dias 20 e 22 de janeiro de 2014.
Nos trabalhos efetuados na área do projeto a implementar foram identificados artefactos de pedra lascada (lascas, núcleos, etc) e depósitos podendo conter estes elementos patrimoniais, sobretudo na zona mais a Sul. Na área de estacionamento Norte existia já uma zona utilizada para este efeito e, aqui, os vestígios foram mais escassos, embora surgissem, também, alguns líticos. Contudo, esta área parecia já encontrar-se remobilizada, não se perspetivando a existência de contextos arqueológicos preservados.
Preconizou-se então a realização de sondagens de diagnóstico nos locais a afetar, nomeadamente na área onde estava projetado o parque de estacionamento Sul e alguns dos acessos (11 sondagens de 2 x 2 metros). A zona de trabalho definida pelo projeto deveria ser vedada de modo a impedir a passagem de máquinas e pessoas para fora deste espaço durante os trabalhos de obra, ou a sua utilização como área de colocação de materiais ou estacionamento de veículos.
SONDAGENS DE DIAGNÓSTICO
As sondagens arqueológicas na Praia do Malhão foram executadas entre os dias 3 e 5 de Junho de 2014. A intervenção teve como objetivos avaliar a natureza dos contextos arqueológicos, definir o seu estado de preservação e ponderar o seu valor patrimonial. Visou-se também recolher dados que, em caso de confirmação da relevância dos vestígios, permitissem programar, dimensionar e orçamentar eventuais trabalhos complementares conducentes ao total desbloquear de eventuais condicionantes arqueológicas para os locais.
Não foram identificados contextos arqueológicos nas sondagens de diagnóstico. No entanto, a reavaliação efectuada ao local permitiu verificar, numa primeira fase, a existência de afetações sobre o património arqueológico que, com a alteração de certas componentes do projecto, passariam a não afetações.
Face ao exposto, preconizou-se como medida de minimização o acompanhamento arqueológico das diversas componentes da empreitada que implicassem afetação do subsolo ou outras que pudessem ter implicações sobre o património arqueológico, tal como previsto na lei (nomeadamente, construção de estaleiro, movimentações de terras resultantes de escavação, colocação de estacaria, colocação de passadiços sobre os sítios arqueológicos, regularização e estabilização de barrancos).