Bloco de Rega de Ferreira, Figueirinha e Valbom, Ribeira do Vale do Ouro 5
Os trabalhos realizados no sítio de Ribeira do Vale do Ouro 5, de 4 a 10 de Dezembro de 2009, enquadraram-se na minimização de impactes sobre o património cultural decorrentes da execução do Bloco de Rega de Ferreira, Figueirinha e Valbom.
Neste local identificara-se um conjunto de ocorrências de diferentes características e de época indefinida no decurso da decapagem da camada vegetal na área da vala da Conduta 6 do Sub-bloco de Ferreira. Tendo em conta a localização das estruturas, estabeleceu-se a realização de 2 sondagens manuais totalizando uma área de 6,5 m².
A escavação permitiu identificar a presença de um conjunto de registos, cuja implantação colidia diretamente com a área de afetação da instalação da Conduta 6 do Sub-bloco de Ferreira. A conduta projetada para o local cortou longitudinalmente parte de uma estrutura negativa, pondo igualmente a descoberto um depósito de materiais associados de modo genérico ao período Calcolítico.
Na fossa da sondagem 1 registou-se a existência de uma interface negativa de forma sub-circular de cronologia e funcionalidade indefinidas, dada a inexistência de indicadores artefactuais passíveis de identificação por modelo comparativo. Para a sondagem 2 registou-se a presença de um importante depósito de materiais da mais diversa origem, de cronologias genericamente associadas ao Calcolítico, ou mesmo já inseridos nas balizas temporais definidas para a proto-história.
Refira-se que o depósito apresentava continuidade para leste, sendo muito provável a identificação futura de novos conjuntos em áreas próximas da unidade de trabalho intervencionada.
O processo de minimização realizou-se através do registo, tendo sido compilado um conjunto de dados de natureza gráfica, fotografia e topográfica, cuja publicação asseguraria a sobrevivência da informação relativa aos elementos patrimoniais parcialmente danificados pelo projeto de construção.
Ainda assim, foi necessário assumir medidas complementares de preservação das estruturas em área não afetada pela construção, através da sua cobertura por manta geotêxtil. Preconizaram-se também trabalhos de acompanhamento arqueológico subsequentes, sendo de particular importância a identificação futura de qualquer elemento desta natureza.