Subconcessão do Pinhal Interior, Lote 2, Avelar/Condeixa, Senhora da Alegria 2
Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos no sítio Senhora da Alegria 2 decorreram no âmbito das obras da Concessão do Pinhal Interior – Lote 2 – Avelar Norte/Condeixa. Neste local, haviam sido identificados, em Junho de 2011, durante o acompanhamento arqueológico da empreitada, vestígios correspondentes a uma mancha de material de época provavelmente Neolítica.
Face a este cenário, foram intervencionadas duas sondagens de diagnóstico, tendo a primeira sido implantada junto ao talude norte da zona de escavação para a construção da via. Neste local apareciam à superfície artefactos líticos e cerâmicos de cronologia pré-histórica. Após uma primeira decapagem foi identificado um depósito escuro delimitado por fragmentos de rochas, podendo tratar-se de uma estrutura de combustão. Refira-se a existência de inúmeros fragmentos de cerâmica manual neste depósito concentradas em torno das pedras.
A sondagem 2 foi implantada no meio da zona decapada anteriormente, numa área onde apareciam blocos de rocha. Pretendeu-se definir estes blocos de forma a perceber se estávamos perante uma estrutura antrópica ou apenas blocos de rocha. Depois de rebaixados 10 cm, foi possível observar a existência de um alinhamento de rochas, sendo um factor importante na atribuição de cronologia a presença de cerâmica manual e indústria de pedra lascada e polida nos contextos envolventes à estrutura.
Relativamente aos materiais recolhidos, quer pelos trabalhos então finalizados quer pelos da equipa de acompanhamento arqueológico, estes consistiram em fragmentos de lâminas de sílex, cerâmica manual e machados e martelos de pedra polida, existindo ainda alguns núcleos de quartzito e quartzo. Ao contrário do que supostamente parecia ser neolítico, poderíamos estar perante um sítio de cronologia calcolítica.
Uma vez que se previa uma afetação direta negativa sobre a área, preconizou-se a realização de uma decapagem manual na área onde apareciam fragmentos de rochas de forma a definir as estruturas. Depois de realizados estes trabalhos deveria ser feito um plano das realidades identificadas através de registo gráfico e fotográfico. Por fim, propôs-se a realização de 5 sondagens de diagnóstico na área decapada de forma a aferir a potência estratigráfica e possíveis sobreposições de níveis de ocupação preservados.