Empreitada de proteção e recuperação da Costa Vicentina: Ponta da Atalaia
No âmbito da Empreitada de protecção e recuperação de sistemas dunares e arribas da Costa Vicentina, as ações desenvolvidas na Praia da Ponta da Atalaia foram adjudicadas pela PENGEST e decorreram nos dias 19 e 20 de Janeiro (sondagens de diagnóstico) e de 3 a 6 de Fevereiro (acompanhamento arqueológico) de 2015.
Levou-se a cabo a execução de 3 sondagens de diagnóstico de 4 x 1 m, num total de 12 m2, e o acompanhamento arqueológico dos trabalhos de construção: perfurações para instalação de estacaria e nivelamento dos dois acessos a esses passadiços. A Sondagem 1 foi implantada na área designada como Torre da Atalaia (Ponta da Atalaia 2). As Sondagens 2 e 3 localizaram-se nas áreas designadas como Terraço da Ponta da Atalaia.
A área corresponde a uma arriba formada sobre uma plataforma de abrasão marinha que caracteriza toda a zona costeira do SW algarvio. Corresponde à extremidade oposta da Ponta de Sagres, que com a Ponta da Atalaia forma a Baía ou Enseada de Sagres. Ainda que seja uma área de tendência aplanada, na zona central verifica-se uma área deprimida. Um extenso campo de lápias colmatado e ausência de referências a falhas tectónicas nesta zona da plataforma podem indiciar que a génese desta depressão seja cársica.
As fortes dinâmicas litorais que se verificam no Sudoeste Peninsular levam a que o topo destas arribas se encontrem frequentemente despidos de sedimentos, o que leva à fraca conservação de sedimentos que preservem estratigrafia. Estes fenómenos explicam que os materiais arqueológicos que se encontravam dispersos pela plataforma (mais concentrados na área Oeste da Ponta da Atalaia), e que correspondem a achados de superfície, derivem do extremo NW da Ponta da Atalaia, onde se localizam formações geológicas com sílex in situ.
Após a escavação, acompanhamento e registo das realidades, os trabalhos foram dados por concluídos. Deste modo, não se justificou a aplicação de medidas de minimização adicionais.