Bloco de Rega de Baleizão-Quintos, Monte Alto 3
Numa perspetiva de minimização de impactes sobre o património cultural resultantes da execução do Bloco de Rega de Baleizão-Quintos (Fase de Obra), os trabalhos realizados no sítio de Monte Alto 3 revestiram-se de uma natureza de diagnóstico.
Neste sítio haviam sido identificadas, no decurso do acompanhamento de obra, um conjunto de manchas de argila de formas circulares e alongadas no substrato geológico. Tendo em conta a dimensão das incidências e a área de afetação de obra, estabeleceu-se a realização de sondagens manuais, totalizando 55,26 m2.
A intervenção resultou na identificação de 17 estruturas negativas de origem antrópica. O facto de os trabalhos se limitarem à zona de afetação de uma vala de rega, de perto de 4 metros de largo, só permitiu obter uma visão parcial do possível sítio arqueológico existente no lugar conhecido como Monte Alto.
Contudo, as estruturas negativas identificadas no sítio de Monte Alto 3 foram organizadas em dois núcleos: um primeiro, localizado no extremo Sudeste, perto da estrada entre Baleizão e Quintos, formado pelas estruturas 1,2,3,4, 13,14,15,16; o segundo núcleo, localizado a Noroeste, composto pelas estruturas 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12. Além destes dois agrupamentos, foi registada uma estrutura isolada a Norte da estrutura 12, identificada como um vestígio da atividade agrícola.
A caracterização destas realidades passou pela identificação da sua cronologia e funcionalidade. Infelizmente, os dados obtidos (provenientes da análise inicial do espólio cerâmico registado) só permitiram afirmar que as estruturas 1, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11 foram fechadas em algum momento da época do Bronze. No que diz respeito à cronologia do resto das estruturas e da funcionalidade dos dois agrupamentos, os dados obtidos não possibilitaram alcançar conclusão alguma.
Resumindo, trata-se de um sítio com dois núcleos localizado no topo de um cerro com boa visibilidade. As estruturas identificadas são, na sua maioria, fossas circulares em mau estado e conservação. As cronologias obtidas da análise do conjunto cerâmico identificado no decorrer das escavações dos depósitos de enchimento remetem estas estruturas para algum momento da época do Bronze.
Por último, temos três estruturas, 12, 9 e 16, que pela sua morfologia (formas em “8”) fogem à norma. Contudo, embora estas formas em “oito” se tenham registado em outras intervenções efetuadas no âmbito deste projeto, não existia ainda uma explicação sólida sobre a sua funcionalidade.