Memorial dos Presos Políticos da Fortaleza de Peniche
Os trabalhos arqueológicos realizados no âmbito construção do Memorial dos Presos Políticos da Fortaleza de Peniche foram adjudicados à ERA-Arqueologia pelo Município de Peniche e decorreram entre os dias 16 de Maio e 11 de Agosto de 2017. A Fortaleza de Peniche encontra-se classificada como Monumento Nacional.
As obras de abertura de sapata para implantação do Memorial dos Presos Políticos e caixa adjacente incidiram sobre uma área de potencial arqueológico, implicando uma intervenção arqueológica que abarcou o espaço integral do empreendimento.
No decurso das ações arqueológicas foi registada a presença de um sequência estratigráfica linear composta por dois níveis de pavimento e respetivas preparações, aos quais subjazia um aterro heterogéneo – com componente material de cerâmica, metal e materiais de construção atuais – assente sobre afloramento geológico calcário. Os níveis de pavimento e aterro foram perturbados pela implantação de infraestruturas do século XX, sendo que todas as realidades antrópicas registadas se integram cronologicamente na atualidade (século XX).
Uma vez que a intervenção arqueológica incidiu sobre o espaço integral da obra, não se preconizaram acrescidas medidas de minimização, considerando-se cumpridos os pressupostos do plano de trabalhos aprovado pela DGPC.
2019
No dia 11 de Março de 2019, levou-se a cabo o acompanhamento arqueológico da construção do Memorial aos Presos Políticos, construção de uma caleira e construção de um piso, implantados no espaço de entrada da fortaleza que antecede o acesso à ponte sobre o fosso, junto ao revelim Norte.
As obras de abertura de sapata para a implantação do Memorial, caleira adjacente, assim como decapagem para o piso, incidiram sobre uma área de potencial arqueológico, implicando trabalhos de acompanhamento arqueológico das ações de movimentação mecânica das terras.
No decurso dos trabalhos arqueológicos foi registada a presença de uma sequência estratigráfica linear composta por um nível de aterro heterogéneo resultante da demolição do edifício anteriormente aí localizado, sobreposto a um nível de argilas estéreis e ao geológico de calcário.
Uma vez que a intervenção arqueológica incidiu somente sobre o espaço de construção do piso, da sapata para o monumento e caleira, e tendo em conta que esta não se encontrava ligada de momento a nenhum recetor de descarga de águas pluviais, aconselhou-se a realização de trabalhos de acompanhamento arqueológico durante uma futura empreitada, aquando da abertura de vala para a finalização da ligação da caleira a uma rede de escoamento de águas pluviais.