A14 Variante EN234 - Várzea 3
As escavações arqueológicas no sítio da Várzea 3 decorreram da identificação de vestígios durante os trabalhos de acompanhamento da obra de ligação à EN 234-1 da A 14. No sentido de minimizar os impactes provocados por este empreendimento, a BRISA S.A. adjudicou à ERA-Arqueologia trabalhos de escavação prévios à obra, numa área total de 20 m2.
À semelhança do sítio do Pinhal Novo, foram realizadas cinco sondagens com os objectivos de identificar e caracterizar contextos arqueológicos, bem como avaliar o seu valor patrimonial e científico, no sentido de decidir se os trabalhos realizados seriam suficientes ou insuficientes como medida de mitigação de impacte.
As sondagens no sítio da Várzea 3 permitiram confirmar e caracterizar a ocupação do local, a mais antiga atestada sobre um depósito de origem aluvial. Não estando in situ, o estado do material arqueológico não indicou um processo de arraste muito longo. Tipologicamente, foi enquadrado nas indústrias líticas do Paleolítico Superior, mas o reduzido número de peças e o facto de estas se revelarem incaracterísticas impossibilitou que se apontassem cronologias mais finas.
Foram recolhidos outros materiais que testemunharam uma diferente ocupação do sítio, marcada pela presença de resíduos de talhe, cerca de 75% do conjunto, remetendo para contextos de Neolítico Final/Calcolítico e podendo o local corresponder a uma zona de aprovisionamento e de talhe.
Tendo em conta a linearidade registada nas sondagens, pareceu-nos que a ocupação do local se encontrava suficientemente caracterizada. Apesar do interesse científico que a continuidade dos trabalhos poderia suscitar (e que pensámos que traria mais informação apenas em termos quantitativos), não nos pareceu necessária a continuidade de escavações no local. Esta observação teve em conta que não haveria remoções de terra no local, sendo o sítio aterrado sem sofrer qualquer tipo de impacte destrutivo. Nesse sentido, propusemos apenas que as sondagens fossem tapadas com geotêxtil e aterradas.