Povoado do Porto Torrão, troço Alqueva – Ferreira do Alentejo
No âmbito de prospecções prévias e acompanhamento da montagem da linha de alta tensão Alqueva – Ferreira do Alentejo – Sines, verificou-se que a linha passava sobre o povoado calcolítico do Porto Torrão, fazendo com que dois apoios (postes) ficassem na zona central do sítio. Como medida de minimização, foi adjudicada à ERA-Arqueologia a escavação arqueológica das áreas a afectar pela implantação dos apoios (180, 181 e 183), correspondendo a 3 sondagens de diagnóstico na área total a afectar.
As sondagens efectuadas nos apoios 180 e 183 revelaram a inexistência de contextos arqueológicos preservados, tendo-se registado apenas alguns fragmentos cerâmicos de cronologia moderna/contemporânea, a que se juntou, no poste 183, alguma cerâmica pré-histórica rolada. A construção dos postes nestas áreas não afectaria o povoado.
Ainda que não se tenham registado contextos arqueológicos preservados, a abertura das fundações destes apoios foi acompanhada até à cota pretendida, de forma a prevenir eventuais estruturas negativas escavadas no substrato geológico. Contudo, mais uma vez, não se verificou qualquer evidência arqueológica. Relativamente ao apoio 181, todos os contextos arqueológicos preservados que se encontravam no interior da área de afectação do poste foram escavados, minimizando desta forma o impacte da construção.
Estes trabalhos forneceriam dados de grande relevância científica para a caracterização do povoado do Porto Torrão do ponto de vista cronológico-cultural, da organização espacial e das estruturas que o constituem, permitindo perspectivar o sítio no contexto das sociedades produtoras da 2ª metade do 4º e 3º milénios no Sudoeste peninsular.