Bloco 5 - Altas Moras 1
O sítio arqueológico designado por Altas Moras 1, cartografado com o nº 57 no mapa 13 do Quadro Geral de Referência do património arqueológico do regolfo da barragem de Alqueva, foi identificado nas prospecções realizadas no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental do Empreendimento do Alqueva (SILVA, 1986).
No relatório efectuado (idem), o sítio é ao atribuído Neolítico / Calcolítico com base em vestígios recolhidos à superfície: seixos talhados de feição languedocense, percutores, um fragmento de mó manual e um fragmento de mó de granito.
Localizando-se à cota de 140m, este sítio foi directamente afectado pelo regolfo da barragem de Alqueva (SILVA,1996), permanecendo a partir de então submerso.
A informação arqueológica disponível sobre este sítio resumia-se aos dados publicados no relatório geral sobre o património arqueológico no regolfo do Alqueva (Edia, 1996): «Em pequena plataforma encontram-se à superfície seixos de quartzito talhados de feição languedocense, percutores de quartzo, um fragmento de cerâmica de fabrico manual e um fragmento de mó de granito. Os materiais encontram-se dispersos numa área de 150m2.» (Edia, 1996: 156)
Os primeiros dados recolhidos referentes ao sítio das Altas Moras 1 eram vagos e de natureza diversa. O conhecimento que possuímos, actualmente, sobre os seixos de feição languedocense sugere uma grande abrangência cronológica para o conjunto de técnicas de talhe languedocenses e para o uso de artefactos em quartzito (Silva,1994:85); os percutores surgem, também, em contextos arqueológicos muito diversificados, que podem ir desde o Neolítico Antigo até à actualidade; um fragmento de cerâmico de fabrico manual é um dado inconclusivo; e o único elemento que pode apontar, com mais precisão, para o neolítico ou para o calcolítico é o fragmento de mó de granito.
Após a conclusão dos trabalhos arqueológicos no sítio das Altas Moras 1 confirmou-se a ocupação daquela plataforma por comunidades que usavam recipientes cerâmicos de fabrico manual. Foram detectadas algumas estruturas arquitectónicas, como muros e lajeados, mas ainda não é perceptível a organização espacial do habitat, nem é possível estabelecer uma cronologia para esta ocupação, ou relacionar os dados de superfície com a informação recolhida durante a escavação dos contextos.