Bloco 5 - Monte do Tosco 1
Sujeito a duas extensas campanhas de escavações, este é um importante povoado da Pré-História Recente (3º milénio AC), no qual foram atestados duas grandes fases de ocupação.
Um primeiro momento, corresponde à fundação e vida plena do povoado, datando do Calcolítico Pleno, eventualmente prolongável até ao Final deste período. Relacionadas com esta primeira fase de ocupação, foram identificadas várias estruturas, tanto de cariz doméstico como de funcionalidade múltipla (fortificação, contenção e delimitação). Esta fase é representada por uma forte densidade de materiais, sobretudo cerâmicos. Foram atestadas actividades como a pastorícia, a caça, a pesca, a tecelagem e a metalurgia do cobre. Relativamente à agricultura, os indicadores são escassos.
Um outro momento da vida do povoado parece ser representado pelos contextos que forneceram elementos de cerâmica campaniforme, integráveis no “complexo” estilístico de Ciempozuelos. Esta segunda fase de ocupação do sítio parece restringir-se agora ao topo do povoado. Nesse local foi identificada uma estrutura de cabana no interior da qual, e ao nível do aparelho cerâmico, as grandes formas abertas e mais ou menos rasas escasseiam, aparecendo os recipientes campaniformes e recipientes de morfologias altas e fechadas com uma maior representatividade das pequenas taças em calote e formas carenadas. Os artefactos metálicos são ali mais numerosos, mantendo-se a ausência de pedra polida e de utensílios de moagem.
O Monte do Tosco 1 apresenta um significativo potencial científico para o estudo do povoamento do 3º milénio/ inícios do 2º milénio a.C na margem esquerda do Guadiana.
Quanto ao impacte a que foi sugeito pela albufeira da Barragem do Alqueva, a área de implantação das estruturas de contenção/fortificação ficaram abaixo da sua cota máxima de enchimento.