Bloco de Rega de Ferreira, Figueirinha e Valbom, Alqueva
Esta intervenção, com início em 23 de Março de 2009, enquadrou-se numa perspectiva de Minimização de Impactes sobre o Património Cultural decorrente da implementação do Bloco de Rega de Ferreira Figueirinha e Valbom (Fase de Obra), integrado no Sistema Global de Rega do Alqueva, sendo promovidos pela EDIA, S.A.. Os trabalhos obedeceram a um modelo diferente do convencional, estando atribuído à partida para escavação arqueológica não um sítio ou grupo de sítios, mas um volume de trabalhos materializados em m2 (escavação manual e mecânica) e dias de antropólogo, que se foi aplicando à medida que surgiam novas ocorrências durante os trabalhos de acompanhamento da obra em curso.
Inicialmente o acompanhamento registou poucas ocorrências patrimoniais. No entanto, posteriormente, e sobretudo com o início da abertura/decapagem das áreas de implantação das condutas principais, foram identificados novos sítios de maiores dimensões, com um volume considerável de trabalho de antropologia. Este facto levou a EDIA a proceder à contratualização de áreas globais de intervenção e volume de trabalhos antropológicos superiores ao inicialmente previsto.
As intervenções arqueológicas tiveram como objectivos específicos avaliar o potencial científico e patrimonial do sítio a afectar, analisar a estratigrafia do subsolo e caracterizar estruturas e contextos arqueológicos pré-existentes. Por fim, visou-se recolher dados que permitissem sustentar decisões a tomar relativamente a estratégias a assumir no futuro face à necessidade de compatibilizar o projecto programado com as necessidades legais de preservar o património histórico-arqueológico eventualmente presente nos locais.
A especificidade dos contextos que foram surgindo, sobretudo na área da Pré e Proto-história, levou a uma participação muito frequente do nosso consultor científico para esta área, Doutor António Valera, participação esta traduzida em diversas visitas aos trabalhos em curso e em diversas acções de formação planeadas com o intuito de discutir as questões manifestadas pela equipa.
Algumas destas acções tiveram um carácter mais generalista e outras foram mais específicas, tendo em conta o diferente grau de experiência dos elementos que faziam parte das equipas e os contextos que estavam a ser intervencionados. Assim, realizaram-se acções de formação sobre estratigrafia arqueológica e métodos de escavação e de registo, tipologias de cerâmica do período Neolítico, Calcolítico e Bronze, métodos de escavação e registo de faunas.