Rua do Alecrim, 24, Lisboa
Estas ações arqueológicas integraram-se no empreendimento de reabilitação do edifício n.º 24 da Rua do Alecrim, em Lisboa. Os trabalhos consistiram na realização de quatro sondagens de diagnóstico, entre 29 de setembro e 6 de outubro de 2015, e no posterior acompanhamento arqueológico em fase de obra, de 21 de dezembro de 2015 a 18 de Novembro de 2016 (com interrupções pontuais).
Nas áreas diagnosticadas, não foram identificados contextos arqueológicos preservados, sendo a estratigrafia caracterizada por níveis de aterro contemporâneos ou depósitos sem materiais arqueológicos que mantivessem relações de posterioridade e/ou anterioridade com antigas infraestruturas de saneamento. Destaque, contudo, para os vestígios de dois antigos pavimentos registados nas sondagens 2 (pavimento em tijoleira) e 3 (lajeado).
Face ao resultado das sondagens, preconizou-se o acompanhamento arqueológico nas áreas de afetação da obra de todas as ações realizadas por via mecânica ou manual, de forma sistemática e permanente, que implicassem mobilização do subsolo. O acompanhamento incidiu no seguinte: rebaixamento da cota no interior do edifício, execução do poço do elevador, valas para colocação de vigas e execução de sapatas. A nível estratigráfico não se verificaram grandes alterações relativamente aos resultados do diagnóstico efetuado, uma vez que os trabalhos recaíram essencialmente na remoção de dois depósitos.
No que concerne aos materiais arqueológicos, o conjunto recolhido é escasso, resumindo-se a fragmentos de cerâmica comum, cerâmica vidrada, faiança, grés e azulejo. Apesar da presença de materiais de cronologia moderna nos depósitos intervencionados, estes encontravam-se misturados com elementos do período contemporânea, nomeadamente, fragmentos de azulejo industriais, fragmentos de tubos em grés e cerâmica de construção recente, permitindo datar os depósitos de proveniência destes materiais de época contemporânea.