Alameda dos Combatentes da Grande Guerra, 133 a 133 A, Cascais
A ERA-Arqueologia desenvolveu o projeto de recobrimento das estruturas arqueológicas presentes no interior do antigo Posto de Turismo de Cascais, localizado na Alameda dos Combatentes da Grande Guerra, 133 a 133 A.
Estes trabalhos foram solicitados no âmbito da reconversão do espaço em causa, de posto de turismo para joalharia. A elaboração do projeto de recobrimento veio no seguimento de um “Despacho de aperfeiçoamento”, emitido pela Câmara Municipal de Cascais, que relativamente ao assunto em questão solicitou ao promotor a apresentação de uma proposta de recobrimento devidamente autorizada pela DGPC.
Este projeto incluiu, para além da localização e caracterização do estado de preservação das estruturas arqueológicas, a definição dos princípios de intervenção e a descrição das ações concretas a implementar no terreno.
As estruturas arqueológicas em causa estão confinadas num espaço em forma de “L” com cerca de 18 m2, posicionadas a cerca de 1 m de profundidade em relação ao pavimento atual. Trata-se de um vestígio de uma habitação do século XVI, composto por muros e pavimento. As estruturas surgiram durante uma intervenção arqueológica realizada em 1988, segundo informação dos técnicos da Câmara Municipal de Cascais.
A intervenção visava garantir a preservação dos vestígios arqueológicos para o futuro. Trata-se de uma operação ao nível da conservação preventiva, na medida em que seriam alteradas as condições do meio em que atualmente as estruturas arqueológicas se inserem.
Tendo em conta a situação concreta das ruínas em questão, considerámos que a metodologia a adoptar deveria permitir a possível circulação de água presente no solo. Assim, o recobrimento deveria ser feito por camadas, nomeadamente: aplicação direta de manta geotêxtil de fibras dispersas sobre as estruturas (a colocação desta deveria garantir um perfeito contacto para que não existissem espaços vazios); camada de areia lavada, com pelo menos 15 cm de espessura sobre as estruturas; preenchimento do restante espaço com leca; aplicação de tela pitonada por cima da leca antes da construção das restantes camadas do pavimento definida no projeto de arquitetura.
Todo o trabalho de recobrimento seria acompanhado por um técnico de conservação e restauro, que zelaria pela aplicação das melhores práticas, de acordo com as convenções internacionais.