Ermida de Santo António, Monchique
Os trabalhos levados a cabo na Ermida de Santo António, Monchique, enquadraram-se numa perspectiva de arqueologia preventiva e de diagnóstico, face às obras que a Câmara Municipal de Monchique previa executar no local. A necessidade de uma intervenção arqueológica deveu-se ao facto de terem sido detectados vestígios de enterramentos durante as obras já realizadas no interior do edifício.
As escavações desenvolveram-se em duas fases, ambas em 2000. Seriam planeadas com base nas informações fornecidas pela Câmara Municipal, efectuando-se sondagens em áreas onde foram identificados os vestígios de sepulturas.
Pode-se afirmar que a construção da Ermida de Santo António dataria, provavelmente, da segunda metade do século XVIII, uma vez que não é mencionada no rol dos edifícios de Monchique que foram afectados pelo terramoto de 1755. A informação disponibilizada pela escavação não contrariou a datação avançada.
Durante os trabalhos, recolheram-se faianças cuja cronologia aponta para o século XVII ou XVIII. Por sua vez, os rituais de enterramento identificados são de diacronia larga, só tendo sido postos de parte quando foi estabelecida a proibição de enterramentos dentro dos templos, que data de meados do século XIX, pelo decreto de 21 de Setembro de 1835.
Foram também analisados os restos ósseos exumados da Capela de Santo António, estando representados pelo menos 7 indivíduos adultos, 2 do sexo feminino, 3 do sexo masculino e 2 casos de sexo indeterminado. Todos eles apresentavam, aparentemente, uma idade avançada. Nos casos em que foi possível a aplicação das metodologias próprias para estimar a idade à morte, os indivíduos tinham idades superiores a 50 anos.