Fábrica de Papel – Levantamento do Pavimento
Conforme combinado entre a Fulcar, a ERA-Arqueologia, o IPPAR e o IPA, os trabalhos de acompanhamento arqueológico no novo edifício da Fulcar, na antiga Fábrica de Papel de Carnide, consistiram na remoção do pavimento junto à parede Sul, a Este da área das casas de banho. O objectivo visava determinar com segurança o final da parede Sul (Muro 10, identificado nas Sondagens III – A e III - B) e localização da parede exterior Este da estrutura identificada nas Sondagens I, III – A e III - B.
Realizados durante 2 dias úteis, 24 e 25 de Outubro de 2000, por uma máquina escavadora, com acompanhamento arqueológico constante, os trabalhos previam a remoção do pavimento de cimento, sem qualquer marcação prévia da área, não estando contemplada a escavação dos depósitos associados. Justificou-se esta estratégia com as Sondagens III-A e III-B, onde se pôde observar logo, ao nível do pavimento, as paredes mais antigas por baixo das paredes modernas.
A remoção do pavimento no compartimento anexo à zona das casas de banho revelou uma situação distinta das registadas nas Sondagens III-A e III-B. Nestas áreas a remoção do pavimento de cimento pôs imediatamente à vista os Muros 10 e 11, sobre os quais se edificou o actual edifício da fábrica. Na área sondada, não se colocou à vista o fim da parede recente, pois imediatamente por baixo do pavimento encontrava-se uma camada de sedimentos encostada à parede recente e cuja remoção não estava prevista.
A presença desta camada impediu, ao contrário do que se tinha verificado nas Sondagens III-A e III-B, observar se a actual Parede Sul também tinha sido construída sobre uma parede mais antiga, e a identificação da Parede Exterior Este, que delimitaria a Estrutura identificada nas Sondagens I, III – A e III - B. A área onde foi levantado o pavimento apresentou ainda estruturas de construção recente, idênticas à Estrutura 8, identificada na Sondagem III-A relacionadas com um dos últimos períodos de laboração da fábrica.
Uma vez que a natureza do trabalho não permitiu a remoção de depósitos arqueológicos, e tendo em conta que a realidade nesta área apresentou diferenças relativamente às anteriormente observadas, não foi possível afirmar que a estrutura composta pelos Muros 1, 2 e 10 não se prolongava para Este.