Anta da Azinheira, Montemor-o-Novo - 2ª Fase
Dentro da geografia do megalitismo da região de Évora, a zona de Montemor assume uma importância de relevo. Correspondendo à franja ocidental da grande mancha megalítica que abrange o distrito de Évora e se estende para Norte pelo distrito de Portalegre, constitui-se como área de contacto com as bacias estuarinas do Tejo e Sado.
Integrada no plano de minimização do impacte da Barragem dos Minutos sobre o património arqueológico desta zona, a segunda fase da intervenção da ERA-Arqueologia na Anta da Azinheira decorreu entre 26 de Março e 26 de Abril de 2001 e resultou na escavação integral do sítio.
Apesar do grau de destruição do monumento, foi possível identificar os esteios que compunham a câmara, parte dos que estruturavam o corredor e vestígios do contraforte da estrutura. Este monumento, dada a sua tipologia, seria enquadrado no período de apogeu do fenómeno do megalitismo no Alto Alentejo, nos últimos séculos do 4º milénio.
Da escavação integral efectuada no interior da câmara, foi possível detectar uma utilização de longa duração que pôde ser compartimentada em dois grandes períodos: um primeiro relativo ao contexto em que se processa a edificação do monumento e se observa a sua utilização como estrutura funerária; um segundo onde o monumento é sucessivamente reutilizado com funcionalidades diversas (com este momento relacionaram-se as acções de reutilização do espaço para local de aglomeração de pedras, de abrigo e de reaproveitamento de matéria-prima).
Dada a localização do monumento, onde estaria sujeito às maretas da barragem, e de acordo com a decisão do IPA de não se removerem os esteios e respectivos calços, a estrutura da câmara, corredor e contraforte foram protegidas por uma estrutura artificial de terra, brita e rachão.