Travessa do Possolo, Lisboa
Os trabalhos para a instalação de novos cabos eléctricos na Travessa do Possolo, em Lisboa, conduziram à abertura de duas valas e de uma sondagem. Neste âmbito, a ERA-Arqueologia acompanhou todos os trabalhos de revolvimentos de terras de modo a prevenir o possível impacto negativo que pudessem ter sobre o património arqueológico. Note-se que esta área se insere nas “Zona Especial de Protecção do Conjunto do Palácio das Necessidades” e “Zona de Protecção do Aqueduto das Águas Livres e seus Aferentes e Correlacionados”.
Durante a remoção de terras, normalmente de forma mecânica (valas 1 e 2), constatou-se que o subsolo se encontrava bastante revolvido por várias instalações de outras infraestruturas relacionadas com redes de água, esgoto, gás e electricidade. Como as valas foram realizadas junto às paredes dos edifícios, foi também possível observar os seus alicerces. Não se registaram quaisquer realidades arqueológicas.
Quanto a nível artefactual, não se verificou a presença de uma quantidade significativa de espólio arqueológico, isto para além de ser pouco relevante, sendo datáveis do século XVII os vestígios mais antigos. Contudo, apareceram materiais contemporâneos no mesmo contexto, como uma moeda de 50 centavos de 1927.
Assim, pudemos afirmar que os objectivos deste acompanhamento arqueológico, os de minimização de impacte, foram cumpridos, não se tendo verificado afectação de património, já que até à cota em que se efectuaram os trabalhos não se destabilizaram ou destruíram quaisquer estruturas ou contextos arqueológicos.