Subestação de Alqueva 400/60 kV, Vidigueira, Portel (2ª intervenção)
Durante o acompanhamento arqueológico da empreitada de construção da Subestação de Alqueva, 400/60 kV, foi detectado um sepulcro artificialmente escavado na rocha, de cronologia Neolítica, quando a sua cúpula colapsou à passagem de uma máquina. Na sequência dessa detecção procedeu-se à escavação integral do referido sepulcro (designado por Sepulcro 1), trabalhos que decorreram entre 5 de Dezembro de 2006 e 8 de Janeiro de 2007.
No decurso da escavação do Sepulcro 1, e no âmbito do acompanhamento da obra, foram identificados mais três sepulcros, os quais foram significativamente afectados pelos trabalhos mecânicos, cuja natureza inviabilizou a sua identificação prévia à afectação. Em face desta situação, procedeu-se à escavação integral das partes preservadas destes três sepulcros (designados por Sepulcros 2, 3 e 4).
Assim, numa análise preliminar dos dados proporcionados pelos Sepulcros 2 a 4, atribuiu-se uma cronologia semelhante à do Sepulcro 1 (isto é, Neolítica) relativamente à sua construção e utilização. O espólio recolhido no Sepulcro 2 apresentou uma componente fortemente arcaizante, que, tal como no Sepulcro 1, apontou para os momentos mais antigos do fenómeno megalítico desta e doutras regiões peninsulares. O único dado dissonante seria a presença de materiais em calcário, mas tal poderia dever-se à particularidade deste contexto funerário, único em vários aspectos.
A escavação destes sepulcros demonstrou estarmos em presença de uma necrópole de monumentos genericamente contemporâneos, o que revelou uma singularidade e uma relevância científica muito significativas, podendo representar um importante alargamento do conhecimento relativamente ao fenómeno megalítico no Ocidente Peninsular e obrigar à reformulação de algumas teses estabelecidas.