Rua de Santa Marta, Lisboa
A intervenção arqueológica na área de um imóvel sito na Rua de Santa Marta, entre a Travessa de Santa Marta e a Travessa do Despacho, em Lisboa, foi realizada no âmbito de um projecto de reconversão desse edifício para adaptação a uma unidade hoteleira. Os trabalhos enquadraram-se numa perspectiva de diagnóstico do potencial arqueológico e da complexidade estratigráfica do imóvel, dada a possível afectação de vestígios arqueológicos relevantes.
Assim, foi prevista a execução de duas sondagens/poço de reconhecimento, escavadas manualmente, com secção elíptica de 1,90x1,10 m e entivadas com aros metálicos e madeira, e uma sondagem manual de 2x2m. A metodologia adoptada (sondagens/poço – sondagem manual) tem uma relação directa com a profundidade expectável dos aterros nas distintas áreas, com base num estudo geotécnico previamente realizado neste espaço.
Contrariamente ao que esperávamos, considerando o estudo geotécnico, os vestígios antrópicos, registados apenas na sondagem/poço 1, remeteram para a presença de estruturas relacionadas com os edifícios em demolição (pavimento actual e uma parede parcialmente demolida), após o que se observaram distintos depósitos de argilas estéreis do ponto de vista arqueológico. Na sondagem/poço 2 e na sondagem 3 não se identificaram quaisquer vestígios arqueológicos, verificando-se apenas a presença de distintos níveis de argilas, estéreis do ponto de vista arqueológico.
Desta forma, tendo em conta os resultados obtidos, todo o espaço de afectação da obra pareceu encontrar-se liberto de vestígios arqueológicos, motivo pelo qual se propôs a libertação da área para o avanço das obras, preconizando como medida de minimização o acompanhamento arqueológico da remoção de terras até ao nível geológico.