Hotel Lisboa Prata Boutique, Rua da Prata, 116-122, Lisboa

No âmbito das obras de reabilitação no edifício sito na Rua da Prata, 116-122, e Rua de São Nicolau, 26-32, para adaptação do Hotel Lisboa Prata Boutique, estas acções arqueológicas foram realizadas entre os dias 22 e 28 de Março e de 8 a 9 de Maio de 2013.

Nesta fase da intervenção identificaram-se os seguintes elementos: um conjunto de tanques, originalmente soterrados, associados a uma primeira fase de uso do edifício atual; um muro de grandes dimensões com orientação NO-SE, possivelmente correspondente aos vestígios da edificação pré-existente neste local antes do terremoto de 1755; um silhar de 0,5 por 0,4 m, associado a uma estrutura em argamassa, com possível cronologia romana.

Posteriormente, no decurso da sondagem localizada no exterior, verificou-se uma estrutura formada por três fiadas de tijolo maciço, com cerca de 60 cm de comprimento e distantes entre si cerca de 20 cm, de cronologia e funcionalidade desconhecida

Por último, não foi possível perceber se existiu ou não afetação sobre o património durante o processo de escavação, efectuado sem acompanhamento arqueológico, da fossa para o depósito de água, uma vez que a observação de parte da terra extraída durante esta escavação, e ensacada pelo empreiteiro, não permitiu chegar a qualquer conclusão.

 

CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Os trabalhos de musealização das estruturas arqueológicas no Hotel da Prata foram realizados pela ERA para a Irmãos Dias – Gestão Hoteleira, Lda, tendo a intervenção directa sobre os elementos e respectivo acompanhamento decorrido entre Maio e Junho de 2013.

Os objectivos genéricos foram a limpeza e consolidação das estruturas, visando a implementação de uma estratégia de intervenção mínima que garantisse a preservação das mesmas para a referida musealização. Trata-se de muros de diferentes cronologias e formações quadrangulares, podendo corresponder a tanques de refrigeração do século XIX, conforme descritos no Plano de Musealização de Vestígios Arqueológicos desta mesma intervenção.

A estrutura central encontrava-se em bom estado de conservação, não existindo elementos pétreos ou argamassas em desagregação. Em todas as outras eram visíveis ausências de argamassas e a tijoleira dos tanques apresentava fraca aderência ao suporte. Algumas denotavam fraca consolidação de elementos pétreos e a mais antiga estrutura em argamassa exibia elevado grau de deterioração.

A recuperação foi realizada recorrendo a acções de conservação e restauro criteriosamente aplicadas consoante o estado em que os elementos se encontravam. De um modo geral, as acções consistiram em limpezas e remoção de material inapropriado, bem como em consolidações e fixações, tendo os objectivos sido concretizados.

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