Rua Fernando Magalhães, nº 27, Barcelos
No âmbito da avaliação prévia do potencial arqueológico em área a afectar pelos trabalhos de recuperação do imóvel sito na Rua Fernando Magalhães, nº 27, freguesia e concelho de Barcelos, estes trabalhos arqueológicos decorreram entre os dias 28 de Julho e 4 de Agosto de 2014.
Devido à natureza da intervenção a realizar e à localização do edifício, situado “num local patrimonialmente muito sensível, em terreno anexo à muralha”, o parecer da Direcção Regional de Cultura do Norte levou à execução de sondagens prévias de diagnóstico, parietais e no solo. O objectivo foi avaliar convenientemente a estratigrafia do local e obter uma “leitura e interpretação do paramento do edifício”, tendo em conta a possibilidade de este ter “utilizado uma das faces da muralha, bem como o seu prolongamento ter sido realizado à custa da muralha ou por cima da muralha”.
No que diz respeito às sondagens feitas no solo, os resultados não foram exactamente o que poderíamos esperar, tendo estes sido, de certa forma, esclarecidos pelos resultados das sondagens parietais.
Devido à sua localização junto à parede oeste do edifício, havia sobre a sondagem 1 a expectativa de esta vir a demonstrar a fundação da muralha, através de uma vala ou de um alicerce. No entanto, isto não se verificou, registando-se sim um momento mais recente, relativo à utilização do edifício, em que uma parte do paramento da muralha teria sido destruída e rematada com um muro de pedra e uma parede de tijolo. A comprovação desta realidade foi possível através da abertura de uma nova sondagem parietal no paramento em questão.
Ainda relativamente às sondagens no solo, foi na sondagem 2, e já ao nível do substrato geológico, que verificámos aquela que nos pareceu ser a realidade mais interessante, embora a sua cronologia permanecesse por esclarecer devido à total ausência de testemunhos materiais. Foi assim registado um conjunto de estruturas negativas, em que duas delas pareceram ser destinadas ao suporte de estruturas de estacaria.
Os resultados desta intervenção arqueológica vieram deste modo reiterar a necessidade de uma segunda fase de trabalhos relativa ao acompanhamento de obra, fase essa aliás estabelecida como uma das medidas de minimização de impacte a aplicar. Em função do exposto, consideraram-se cumpridos os objectivos do Plano de Trabalhos aprovado pela Tutela.