Avenida da Ribeira das Naus, Lisboa
Os labores arqueológicos realizados no âmbito do empreendimento de requalificação da Avenida da Ribeira das Naus, em Lisboa, na sua primeira fase, dedicada ao avanço de margem previsto no projecto desta empreitada, foram adjudicados à ERA pela Câmara Municipal de Lisboa e decorreram de forma faseada entre Fevereiro e Novembro de 2012.
Considerou-se o potencial arqueológico desta área da cidade, em conjunto com os objectivos do projecto de obra que previam a integração de antigas estruturas do Arsenal no espaço público da Ribeira das Naus. Deste modo, num momento prévio ao início das obras de desenvolvimento deste projecto, foram realizadas sondagens diagnóstico que permitiram compreender a presença de contextos estruturais associados ao antigo Arsenal da Marinha, como por exemplo os limites da Doca da Caldeirinha (Nascimento, 2010).
Na sequência destes resultados, foram então programados trabalhos arqueológicos durante a fase de obra do projecto (1ª Fase – Avanço de Margem), procurando uma adequada minimização dos impactes da mesma sobre o património aí identificado. Estes trabalhos consistiram no acompanhamento arqueológico permanente e sistemático de todas as acções realizadas, por via mecânica ou manual, que implicaram remeximento do subsolo ou outras que pudessem implicar eventual afectação de bens patrimoniais.
Nesta fase, com a requalificação da frente marítima desta área da cidade, programaram-se trabalhos de reconfiguração da linha de costa, com um avanço da margem, acompanhados de alterações nos espaços de circulação de pessoas e veículos, trazendo a necessidade pontual de escavações associadas à adaptação da rede de infraestruturas urbanas pré-existente ao novo projecto.
Assim, procedeu-se ao acompanhamento arqueológico dos trabalhos que implicaram movimentações de terra e afectação do subsolo, em diferentes momentos de desenvolvimento das obras, de acordo com as necessidades de alteração/adaptação das referidas infraestruturas.
Durante esta intervenção, revelaram-se alguns elementos associados à construção e edificação da referida artéria marginal, em finais dos anos quarenta do século XX, bem como vestígios de elementos estruturais pertencentes ao antigo Arsenal da Marinha, que ainda cumpriam a sua função quando se realizou o seu encerramento em Maio de 1939.