Prolongamento da Linha Azul – Amadora Este-Reboleira
Estes trabalhos de acompanhamento arqueológico foram efetuados, entre Outubro de 2009 e Dezembro de 2010, nas diferentes Frentes de Obra integradas na Empreitada ML671/07 – Concepção/Construção dos Toscos do Prolongamento entre a Estação Amadora Este e a Estação da Reboleira, da Linha Azul, do Metropolitano de Lisboa, E.P.E., adjudicada à Nova Estação ACE.
Os vestígios patrimoniais/arqueológicos identificados ao longo desta empreitada resumem-se a um conjunto de achados pontuais, de estruturas em alvenaria de pedra seca, de pequeno aparelho, aos quais não se associavam elementos artefactuais que permitissem a sua melhor caracterização e aferição cronológica. No entanto, as suas implantação e técnica de construção permitiram tecer alguns comentários.
Assim, relativamente aos achados da Frente 1, os pequenos segmentos de construção registados, dada a sua disposição e orientação (e técnica de construção) levam a crer que se tratam de elementos constituintes de um dispositivo agrícola utilizado para a construção de plataformas de cultivo (do tipo socalcos) e em simultâneo para a contenção de terra arável.
As Frentes 2 e 3 (troços em túnel) não foram objeto de acompanhamento arqueológico, dado que incidiam em níveis claramente geológicos e estéreis do ponto de vista arqueológico.
Quanto aos achados da Frente 4, a implantação de dois pequenos muretes, pouco largos, paralelos, definindo um espaço central preenchido por uma camada argilosa acastanhada coberta por blocos de basalto sub-rectangulares, dispostos horizontalmente pelo lado maior, parece seguir o esquema construtivo de um caminho estruturado – caminho/calçada (ADAM, 1989: 303). Existem paralelos, arqueologicamente documentados, para as técnicas/fases de construção de estradas/caminhos antigos, de época romana.
Refira-se, em suma, que as ocorrências referidas estão em consonância com o tipo de exploração/ocupação deste território, eminentemente rural e imediatamente anterior à implantação, já em pleno século XX, de um forte tecido industrial.
Considerou-se, assim, garantida a operacionalização e, consequentemente, o cumprimento da Declaração de Impacte Ambiental e do Plano de Monitorização Ambiental na fase de construção do Prolongamento da Linha Azul, do Metropolitano de Lisboa, E.P.E., relativamente ao fator ambiental Património Arqueológico.
2015/16
Com uma duração de cerca de oito meses – de Outubro de 2015 a Maio de 2016 –, o acompanhamento arqueológico da Empreitada de Acabamentos do Prolongamento à Reboleira da Linha Azul, do Metropolitano de Lisboa, E.P.E., incidiu sobre duas frentes: Frente de Obra 1 – Zona C e no Estaleiro PV – Parque Urbano Dr. Armando Romão.
Não foram identificados vestígios patrimoniais.
Caso no futuro se viessem a verificar novos trabalhos de movimentação de solos nesta área, os mesmos careceriam da presença da equipa de arqueologia no terreno. Esta deveria encontrar-se sempre presente em obra quando se verificassem escavações mecânicas e/ou manuais nos locais objeto de acompanhamento arqueológico, de acordo com a área de proteção do Monumento Nacional Aqueduto das Águas Livres. Excluíam-se os casos em que as aberturas fossem realizadas em áreas anteriormente acompanhadas, se não ultrapassassem a cota de profundidade de abertura aquando da presença do arqueólogo em campo.