Hospital CUF TEJOS, Lisboa
A ERA-Arqueologia definiu um Plano de Atuação Arqueológica com o intuito de verificar o potencial arqueológico e patrimonial da área de implantação do projeto no Hospital CUF TEJOS. Visava-se também localizar diferentes áreas de sensibilidade e propor, de forma fundamentada, as medidas necessárias à adopção da mais eficaz estratégia de atuação para o Promotor, de maneira a permitir a implementação do projeto de forma sustentada.
Refira-se que o local ocupa Zonas de Intervenção de nível III do PDM – Plano Diretor Municipal da Cidade de Lisboa e localiza-se na Zona de Proteção do Edifício Pedro Álvares Cabral, antigos Armazéns Frigoríficos do Bacalhau, atual Museu do Oriente.
Foi estudado um vasto acervo bibliográfico e documental, incidente nas mais recentes teses académicas relativas a Alcântara (Património/Arqueologia/Arquitectura), na mais relevante bibliografia publicada a mote desta zona de Lisboa, nos relatórios de intervenções arqueológicas realizadas nas imediações e na iconografia/cartografia do Vale de Alcântara produzida nos últimos dois séculos.
A análise dos dados arqueológicos constantes dos relatórios (consultados no Arquivo da DGPC) das intervenções realizadas em áreas contíguas à deste empreendimento, assim como as informações decorrentes da abordagem geotécnica ao local e à vizinha Rua Cascais, fundamentaram a Carta de Risco atinente à definição de diferentes níveis de sensibilidade arqueológica (em planta e corte estratigráfico).
Apresentou-se, em termos práticos e imediatos, uma proposta de intervenção arqueológica integrada que contemplava a realização de 4 sondagens arqueológicas de diagnóstico (4x4) numa área total de 64 m2 a implantar no local de acordo com os objetivos propostos (as sondagens seriam implantadas nas áreas onde se previa maior afetação ao nível de subsolo, considerando as condições do terreno e as informações decorrentes da análise da cartografia antiga. Esta primeira abordagem permitiria estabelecer um plano de intervenção arqueológica a aplicar no âmbito desta empreitada, consoante os resultados decorrentes da fase inicial de diagnóstico.
Além disso, preconizou-se o acompanhamento arqueológico permanente de todas as ações realizadas por via mecânica ou manual, de forma sistemática e permanente que implicassem remeximento do subsolo e que pudessem implicar afetação de bens patrimoniais. Esta fase de trabalhos estaria sempre condicionada aos resultados obtidos no decurso da fase de sondagens arqueológicas e ao parecer emitido pela DGPC.
No contexto do atual enquadramento jurídico de base e de desenvolvimento para o Património Cultural, seriam ainda definidos conteúdos e ações-tipo de sensibilização para os intervenientes na obra e de divulgação pública, sempre de acordo com as directrizes do promotor.