R. Santa Marta, 56, Lisboa
Estes trabalhos arqueológicos decorreram no âmbito do empreendimento referente à Empreitada de Requalificação do edifício da Rua de Santa Marta, nº 56 F – 56 H e Rua do Conde Redondo nº 147. As obras a realizar no edifício neste local implicavam a afectação de áreas com potencial arqueológico, neste caso, a ZEP (Zona Especial de Protecção) do conjunto dos imóveis classificados da Avenida da liberdade e área envolvente, junto a um imóvel de interesse público classificado correspondente ao Palácio dos Condes de Redondo. Fica ainda próximo da Zona Geral de Protecção da Igreja do Sagrado Coração de Jesus.
A empreitada incluiu ainda a demolição dos edifícios anexos existentes neste local, adossados ao alçado Norte do Palácio, que foram ocupados com diferentes utilizações que foram variando entre lojas, armazéns, e um posto de abastecimento de gasolina. Uma vez que esta área está representada na Carta Topográfica de Filipe Folque como parte dos jardins do Palácio dos Condes do Redondo, na qual ainda não estão figurados os anexos, é possível afirmar que a edificação dos mesmos ocorreu num momento posterior a 1856-1858.
Desta forma, e uma vez que os anexos existentes nesta área já tinham sido demolidos previamente à chegada da equipa de arqueologia à obra, foram realizadas 2 sondagens parietais com o objectivo de aferir se estes anexos seriam efectivamente posteriores à edificação do Palácio. Estas foram localizadas junto ao cunhal da fachada principal do edifício e sobre o arco em alvenaria de tijolo e argamassa exposto no decorrer das referidas demolições, no sentido de apurar a cronologia e enquadramento histórico das estruturas derrubadas.
A realização destas sondagens permitiu aferir que as estruturas demolidas no âmbito deste projecto seriam posteriores à construção do edifício, cuja construção implicou uma reformulação profunda do alçado Norte do mesmo, com excepção do arco de descarga localizado na extremidade Oeste do mesmo, que não só revelou uma contemporaneidade com o edifício em si, como também a existência de um vão de acesso do interior do edifício para a zona de jardim.
Foram também realizadas 5 sondagens de diagnóstico no sentido de aferir a possível existência de vestígios no subsolo, atendendo ao reconhecimento recente de vestígios relacionáveis com uma ocupação do período romano nas imediações. Estas sondagens revelaram a inexistência de contextos de carácter arqueológico, tendo sido identificado o substrato rochoso imediatamente abaixo de um depósito de entulho de cronologia contemporânea.
O acompanhamento arqueológico desta área, que incluiu a abertura das caves, valas para a realização de muros de contenção junto aos edifícios anexos, assim como o desmonte da rampa relativa aos anexos das oficinas que aqui existiam antes do inicio destes trabalhos, revelou a presença da mesma estratigrafia identificada nas sondagens arqueológicas. Como tal, confirmou-se a inexistência de contextos de natureza arqueológica na área de afectação deste projecto.