Forte de Olheiros, Torres Vedras

Integrando o sistema defensivo erguido para organizar a defesa de Lisboa após a segunda invasão francesa da Guerra Peninsular, em 1809, o Forte de Olheiros (também conhecido por Forte do Canudo) ergue-se no topo de um cabeço sobranceiro a Torres Vedras.

As ações arqueológicas aqui desenvolvidas enquadraram-se no projeto “Rotas Históricas das Linhas Defensivas de Torres Vedras”, consistindo na escavação arqueológica de três canhoeiras, do interior do paiol e de um troço do fosso, num total de 64,75 m2, e no acompanhamento de alguns trabalhos de limpeza e regularização de estruturas.

Estes trabalhos permitiram não só a percepção global da metodologia construtiva das canhoeiras, nas quais foi reconhecido o traçado original em consonância com os trabalhos de remodelação das mesmas, a estratigrafia do enchimento do fosso, como também a identificação dos restos da estrutura original do moinho, ainda que já muito danificada pela operação de reconstrução dos anos 50. Esta última terá destruído quase por completo as realidades do séc. XIX, apesar de ser perceptível a preocupação de manter o traçado original do monumento, nomeadamente no que diz respeito às canhoeiras.

O prosseguir da intervenção, nomeadamente a identificação de restos da estrutura original do moinho na sondagem 2, implicou a alteração da distribuição dos metros quadrados atribuídos a cada sondagem. Desta forma, a sondagem 2 sofreu um alargamento de mais 12,95 metros quadrados, realizados com o intuito de perceber se a estrutura identificada se encontrava conservada noutros locais.

A sondagem 4, implantada numa das canhoeiras, na qual estavam previstos inicialmente 13,35 metros quadrados, também foi alvo de um alargamento, uma vez que, durante a realização dos trabalhos, se verificou que os metros quadrados atribuídos inicialmente não correspondiam à totalidade da estrutura, tendo sido acrescentados mais 8.85 metros quadrados a esta sondagem.

A utilização destes metros quadrados nestas sondagens implicou a não realização da sondagem 3, prevista inicialmente para outra das canhoeiras, por se ter verificado a homogeneidade estratigráfica e tipológica nas duas primeiras escavadas, o que se veio posteriormente a confirmar durante os trabalhos de acompanhamento.

 

 

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