Rua do Ouro, 61-79, Lisboa
Os trabalhos arqueológicos realizados no âmbito da minimização de impactes sobre o património arqueológico, resultantes dos trabalhos das obras de reabilitação do um edifício localizado na Rua do Ouro 61-79, Rua da Conceição 116-130 e Rua do Crucifixo 2-24, em Lisboa, decorreram entre os dias 13 e 26 de Setembro e 13 de Outubro de 2016.
Este edifício, integrado no Plano de Pormenor da Baixa Pombalina, está classificado como Imóvel de Interesse Publico e Integrado na área de reabilitação urbana, situando-se numa zona de nível II do Plano Diretor Municipal de Lisboa. Encontra-se ainda na área classificada como “Baixa Pombalina”.
Os trabalhos consistiram na realização de 3 sondagens de diagnóstico, num total de 13 m2, e um posterior acompanhamento arqueológico fruto do resultado das primeiras. As sondagens foram implantadas tendo em conta o projeto de obra que previa a escavação de três sapatas para reforço das infraestruturas existentes localizadas no edifício 1 e, também, a escavação do sistema de águas residuais no mesmo edifício.
Sucintamente, podemos afirmar que até à cota escavada foram observados dois níveis de ocupação, um correspondente ao contemporâneo, outro a um período situado no século XVIII.
Na sondagem 2, observou-se que os níveis de construção pombalina se encontravam bastante afetados, fruto das anteriores reformas aqui realizadas que em muito afetaram não só as infraestruturas como os níveis de aterro pombalino. Na sondagem 1, os níveis contemporâneos à construção do atual edifício encontram-se menos perturbados.
Em ambas as sondagens, as estruturas pombalinas detetadas, nomeadamente alicerces, pela sua orientação e alinhamento levam-nos a afirmar que se trata da denominada “grelha” de estruturas que fazem a ligação entre pilares para assim receber e distribuir a carga dos arcos e dos restantes pisos dos edifícios de rendimento.
Podemos ainda acrescentar que da arquitetura pombalina original são escassos os vestígios ainda observáveis, encontrando-se o mesmo descaracterizado na sua arquitetura e estrutura. Também nos trabalhos de acompanhamento arqueológico só se verificou a presença de infraestruturas contemporâneas, aterros derivados da implantação destas e ainda alicerces do edifício, não se verificando a presença de contextos arqueológicos preservados.