Palácio dos Ferrazes, Rua das Flores 25-33 e Rua da Vitória 149- 157, Porto

Realizados no âmbito da Empreitada de Reconstrução e Reabilitação do Palácio dos Ferrazes, sito entre a Rua das Flores (números 25 a 35) e a Rua da Vitória (números 149 a 157), em pleno Centro Histórico do Porto, classificado pela UNESCO como Património Mundial desde 1996, estes trabalhos arqueológicos decorreram entre Novembro de 2016 e Novembro de 2018.

Os contextos identificados correspondem a um quadro cronológico compreendido entre o século XVII e o XX. Os trabalhos de acompanhamento realizados forneceram dados importantes não só no que respeita à evolução do espaço construído, mas também ao nível das vivências quotidianas.

Foram identificados e recolhidos uma série de materiais arqueológicos que ajudam a compreender a vivência quotidiana no espaço ao longo dos últimos séculos. Destacam-se também os elementos arquitectónicos de características particulares ou únicas, como é o caso da fonte renascentista existente no piso térreo do palácio, ou a lareira e chaminé da cozinha do primeiro piso, cuja preservação foi possível conciliar com as alterações previstas no projecto de arquitectura.

No que concerne ao espólio identificado no decorrer dos trabalhos arqueológicos e já caracterizado anteriormente, o proprietário do imóvel declarou a sua intenção de musealizar as peças que pelo seu valor histórico e informativo ajudam a “contar a história” do edifício e de quem aí habitou. Destaca-se o piso cerâmico do século XIX (que ficou em depósito na sala situada por baixo da caixa de escadas central ao nível do patamar do piso 0), que deverá ser alvo de restauro e posterior remontagem num dos espaços abertos ao público do palácio.

Se os trabalhos arqueológicos permitiram reunir um corpus de informações importantes para a caracterização da ocupação humana do espaço entre os séculos XVII e XIX, revelaram-se inconclusivos em relação às ocupações mais recentes do palácio e do edifício voltado à rua da Vitória, nomeadamente no que concerne às indústrias que aí terão laborado e que são por nós desconhecidas. Tal informação só poderá ser recuperada através de um estudo aprofundado das fontes documentais disponíveis relativas ao último século.


 

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