Bloco de Rega de Orada – Amoreira, sítio Quinta do João Privado
Numa perspectiva de minimização de impactes sobre o património cultural resultantes das obras de implementação do Bloco de Rega de Orada – Amoreira (fase prévia à obra), preconizaram-se acções de diagnóstico, nomeadamente no caso das escavações arqueológicas, com o intuito de recolher informações sobre os sítios a afectar.
O sítio da Quinta do João Privado, correspondente ao número de inventário 42 do Estudo de Impacte Ambiental, foi classificado como um pequeno sítio de cronologia Moderna. Estando projectado o melhoramento da estrada que passa ao lado deste sítio arqueológico, o plano de minimização de impactes previu a realização de sondagens manuais.
A intervenção realizada não identificou contextos preservados relacionados com a cronologia citada, contudo, permitiu identificar uma possível área de necrópole, tendo-se registado uma sepultura com uma urna de incineração. Uma vez que não se observaram quaisquer materiais associados quer à sepultura original, quer à deposição da urna, não foi possível fazer uma classificação cronológica deste espaço.
A sepultura apresentava várias fases de utilização, correspondendo a primeira ao momento em que foi escavada na rocha, da qual não restaram vestígios datáveis, e a segunda à reabertura da estrutura, com a remoção dos enchimentos originais e o alargamento para colocação do recipiente de incineração. A reabertura poderia ter ocorrido para remoção do espólio, facto que explicaria a inexistência de qualquer vestígio de ossadas humanas ou espólio decorrente da utilização original da sepultura.
Assim, devido ao aparecimento da sepultura no local, preconizou-se uma decapagem mecânica na zona que iria ser intervencionada pelo melhoramento da estrada para detecção de outras sepulturas ou estruturas associadas, para posterior intervenção.