Sítio de S. Simão, Capela de Nossa Senhora da Graça, Penela

No âmbito de um parecer do IGESPAR para a construção de uma moradia unifamiliar junto à Capela de Nossa Senhora da Graça, no concelho de Penela, os trabalhos de avaliação patrimonial realizados no sítio de S. Simão decorreram entre os dias 21 e 25 de Março de 2011.

A intervenção arqueológica não forneceu dados relevantes que definissem um quadro cronológico englobável na forte ocupação humana no período romano ou tardo-romano da região onde o sítio se encontra inserido. Podemos referir que a presença de materiais arqueológicos na área intervencionada, embora descontextualizados, permitiu atestar a ocupação.

Assim, apesar de no depósito superficial e na camada subsequente existirem materiais arqueológicos enquadráveis no período romano/tardo-romano, a observação do material arqueológico do corte NO indiciou que estes vestígios foram sujeitos a um revolvimento constante durante a lavra, que terá afectado eventuais contextos arqueológicos pré-existentes.

Face ao conjunto de materiais recolhido, não foram registados sinais de uma ocupação mais antiga deste local. Assim, propôs-se como medida de minimização genérica o acompanhamento arqueológico de quaisquer trabalhos de movimentações de terras que ocorressem no âmbito desta empreitada, nomeadamente, abertura de valas para infraestruturas.

Por outro lado, propôs-se a cobertura com geotêxtil do corte NO, onde foram identificados os materiais arqueológicos, de forma a garantir a preservação do mesmo. Neste sentido, considerou-se que a área em questão estava liberta para a continuação da empreitada.

 

2º INTERVENÇÃO

Estas acções arqueológicas representaram uma nova fase de trabalhos em São Simão, na sequência da triagem das terras removidas por meios mecânicos para a fundação da moradia, assim como o registo gráfico e fotográfico dos cortes existentes. Assim, desta vez levou-se a cabo a execução de duas sondagens, no corte NO, tendo como objectivo a compreensão de impacte da obra sobre o património existente.

Na primeira sondagem destacou-se o aparecimento de dois muros, visivelmente afectados pelos trabalhos agrícolas, assim como pela escassez de materiais passíveis de fornecerem uma datação mais precisa para além da atribuída, de um modo geral, ao período romano. Já na sondagem 2 observou-se o prolongamento do muro registado na primeira.

Com base nos trabalhos realizados, foi possível verificar que a villa romana se prolonga para além da área ocupada pela actual capela e área adjacente. Para além disso, confirmou-se a existência de um compartimento de um edifício que estaria integrado na villa romana de São Simão.

Por outro lado, face às observações efectuadas no local, verificou-se que esta empreitada não teria afectado de forma significativa as realidades existentes, porquanto estas se desenvolvem no sentido oposto ao das fundações da moradia. Além disso, não foram observados nas terras resultantes da escavação vestígios da destruição de estruturas.

Em conclusão, após reunião realizada no local entre a ERA, o Dono de Obra e o IGESPAR, ficou acordado que futuras movimentações de terra, nomeadamente na zona da rampa, seriam objecto de acompanhamento arqueológico e que as terras provenientes das escavações seriam dispersas pelo terreno.

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