Sítio da Amoreira, São Martinho de Árvore, Coimbra
Os trabalhos arqueológicos realizados no âmbito do empreendimento (em projecto) da construção de um Centro Cultural no sítio da Amoreira, em São Martinho de Árvore (Coimbra), foram adjudicados pela Câmara Municipal de Coimbra e decorreram entre 3 e 24 de Janeiro de 2012.
Na sequência da realização de cinco sondagens arqueológicas, num total de 128 m², foi detectado um conjunto estrutural/artefactual que evidenciou a presença de contextos datáveis de época romana (primeira fase – século I/II) e tardo-romana (segunda fase – século IV/V). Estes seriam associáveis à pars rustica de uma villa implantada na esfera de influência regional de Conimbriga e, mais tardiamente, Aeminium – corroborando e expandindo de forma complementar o estado dos nossos conhecimentos a respeito desta complexa estação arqueológica caracterizada pela presença de contextos domésticos e funerários.
No que concerne a medidas de minimização de impacte, propôs-se a escavação em área de todo o espaço a afectar pelo empreendimento (sendo que a primeira camada, de cerca de 30 cm de potência, poderia ser removida com recurso a meios mecânicos ligeiros). Note-se, porém, que se desconheciam os limites efectivos do sítio arqueológico, considerando-se inevitável a incidência de especial cuidado nos dois hectares propriedade da Câmara Municipal de Coimbra. Neste sentido, considerou-se que a realização prévia de prospecção geofísica seria fundamental para a compreensão da área citada.
Os contextos estruturais ficaram protegidos e cobertos por tela geotêxtil e uma camada de terra. Assim, consideraram-se cumpridos os pressupostos subjacentes ao Pedido de Autorização de Trabalhos Arqueológicos aprovado pelo IGESPAR, concretizando-se um significativo contributo para o estado dos nossos conhecimentos a respeito da importante estação arqueológica de São Martinho de Árvore.